4.6.10

O conflito de gerações em tempos líquidos

O psicólogo Gélson Luís Roberto (foto)  abriu, dia 22 de maio, a programação do Seminário Família em Movimento -  Um  olhar contemporâneo sobre as relações à luz do Espiritismo. Realizado pelo Departamento de Assuntos da Família da Sociedade Espírita Amor e Caridade, o evento proporciona a discussão de temas importantes relacionados à convivência familiar nos dias de hoje.
Segundo Gélson, as inúmeras transformações sociais dos tempos pós-modernos causaram grande impacto na vida das pessoas  e na forma como hoje se vê o mundo.
Uma das alterações mais profundas foi a redução da convivência familiar. “O espaço familiar ficou como espaço de transição”, afirmou, lembrando que muitas vezes o lar é local usado somente como dormitório, não havendo tempo nem mesmo para a conversa entre os membros da família.
A  perda  dos  referenciais como família, religião, fé, tem causado grande mal às pessoas. “Há grande dificuldade em saber o que é certo e o que é errado”, disse. Lembrou que a sociedade está sendo atingida pelo entorpecimento psíquico. “As pessoas estão anestesiadas emocionalmente, estão cansadas e dão espaço para as doenças    autodestrutivas, como o stress, pânico, depressão”.

Frustração
A forma de vida atual, entende Gélson Roberto, causa muita frustração. “O  sujeito pós-moderno é um eterno insatisfeito, está frustrado com a realidade, valoriza a imagem e, com isso, amplia o vazio em que se encontra”. 
As relações, por consequência, tornam-se superficiais, sem profundidade, sendo rompidas quando não atendem mais às necessidades de um dos envolvidos.  “Estamos vivendo a invasão da racionalidade prática, perdendo a realidade poética”. 

Prazer do consumo
O consumo tem sido o único prazer para as pessoas. “Os shoppings são os grandes templos da atualidade. É lá onde a vida se dá”, afirmou Gélson, destacando que grande parte das necessidades das pessoas são criadas a partir de estímulos como a propaganda e o excesso de  competitividade reinante no momento atual. “Diante da frustração o indivíduo compra algum objeto para preencher o vazio, só que este vazio não será preenchido por objetos comprados, gerando cada vez mais frustração. 
O consumo de medicamentos tem sido, segundo ele, outra alternativa corriqueira.  Neste momento, o homem não admite tristeza, quer resolver as frustrações com medicamentos, como se anestesiado fosse mais fácil debelar o problema. “Há pessoas que a qualquer sinal de tristeza se valem de remédios. Não enfrentam  as situações, não resistem”, completou Gélson Roberto. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário